O Parque do Róger localiza-se em uma área paisagisticamente privilegiada. Próximo ao rio Paraíba e circundado por uma enorme área de mangue, o Parque ainda é agraciado por uma belíssima vista, numa porção mais alta da cidade antiga, de alguns dos mais expressivos exemplares arquitetônicos do Centro Histórico, como o Convento de Santo Antônio, a Catedral, o Mosteiro de São Bento e a Igreja de São Frei Pedro Gonçalves.
VISTA TERRENO (GALPÃO RECICLAGEM AO FUNDO)
CONVENTO DE SANTO ANTONIO E IGREJA DE SÃO FREI PEDRO GONÇALVES
O terreno destinado à implantação do Memorial do Lixo situa-se próximo à entrada do Parque, a sudeste da Usina de Coleta Seletiva dos resíduos sólidos urbanos. O caráter do novo prédio como um equipamento que abrigasse atividades de um centro cultural e educativo-ambiental sugere um diálogo íntimo com a Usina e seu entorno.
LOCAÇÃO E COBERTA
Num primeiro momento buscamos identificar os elementos signos do local, os quais utilizamos na construção da linguagem arquitetônica do edifício. Procuramos ter o cuidado para não incorrermos no estereótipo dos reciclados. Entendemos que a edificação deveria ser o “pano de fundo” para as manifestações educativo-culturais, muitas delas traduzidas na exposição de elementos construídos a partir do próprio lixo.
Em relação ao zoneamento das funções do edifício e a implantação no terreno, optamos por reservar o térreo para as exposições, palestras e oficinas, locando as funções administrativas no pavimento superior, liberando o máximo a visão do exterior a partir de uma perspectiva do interior do Memorial. Com essa decisão foi possível apreender as principais vistas do entorno e promover a integração entre espaços externo e interno.
ZONEAMENTO
PLANTA TÉRREO
Elaboramos a composição do edifício com a farta matéria existente no “locus” do Parque. A tecnologia construtiva é semelhante à utilizada na Usina: concreto e alvenaria de tijolos. Nos pilares e corrimãos utilizamos aço córten numa referência à estrutura metálica dos galpões. A telha de alumínio da coberta dos mesmos foi empregada como revestimento da fachada noroeste do Memorial, reforçando a horizontalidade e conferindo força e arrojo a massa que define o setor administrativo, contrapondo-se a leveza da casca que abriga o salão de exposições.
GALPÃO DA USINA DE RECICLAGEM EM AÇO E ALUMÍNO
O salão de exposições se prolonga através de um pátio externo que é envolto por um imenso jardim, que ora circunda o prédio, ora adentra-o, criando um entrosamento necessário entre o ambiente construído e o ambiente natural.
Ficha técnica
Arquitetura: Oliveira Júnior, Manoel Farias e Glauco Brito
Colaborador: Ana Barbosa e Narciso Amaral
Imagens 3D: Michel Alexandre
Local: João Pessoa/Pb
Projeto: 2003
Área: 400,00 m²
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